Evento discute emergência climática, transformação digital, o futuro do emprego e o papel das empresas nos grandes desafios globais. Documento com recomendações foi entregue para a reunião do G20 no Brasil
Dan Ioschpe: líder do B20 no Brasil
“O custo de nada fazer é maior do que o de fazer”, disse Paul Polman, ex-CEO da Unilever e referência em ESG no setor empresarial, sobre a urgência da crise climática. Polman foi uma das lideranças globais presentes no B20 Brasil Summit, em São Paulo, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no final de outubro. O B20 é o fórum oficial de diálogo da comunidade empresarial com o G20, grupo das 20 maiores economias do mundo. Segundo Polman, subestimamos a velocidade das mudanças e, apesar de termos dinheiro e tecnologia para combater a crise, não temos tempo. “Está claro para mim que precisamos de lideranças imbuídas de senso de urgência, colaborativas e que nos ajudem a encontrar soluções exponenciais para desafios que são exponenciais”, afirma a jornalista Maria Tereza Gomes, CEO da Jabuticaba Conteúdo, que esteve presente nos dois dias do evento. Tereza destaca, entre os desafios atuais, a descarbonização da economia, a diversidade, equidade e inclusão, e a sustentabilidade nos negócios.
Desde janeiro deste ano, o B20 no Brasil, liderado por Dan Ioschpe, presidente do conselho de administração da Iochpe Maxion e membro dos conselhos da WEG, Marcopolo e Embraer, trabalhou com oito forças-tarefa encarregadas de apresentar sugestões sobre temas-chave para o G20. Reunindo 1.200 representantes empresariais, esses grupos consolidaram recomendações do setor privado em sete áreas estratégicas:
Trade & Investments - liderado por Francisco G. Neto, CEO da Embraer
Employment and Education - liderado por Walter Schalka, membro do conselho da Suzano
Digital Transformation - liderado por Fernando De Rizzo, CEO da Tupy
Energy Transition & Climate - liderado por Ricardo Mussa, CEO da Raízen
Finance & Infrastructure - liderado por Luciana Ribeiro, cofundadora da EB Capital
Integrity & Compliance - liderado por Reynaldo Goto, diretor executivo de Compliance da BRF, representando a presidente Claudia Sender
Sustainable Food Systems & Agriculture - liderado por Gilberto Tomazoni, CEO da JBS
Women, Diversity, and Inclusion - liderado por Paula Bellizia, VP LATAM da Amazon Web Services
Encontro no B20 (da esq. para a direita): Maria Tereza Gomes, Simone Warmbrand Tcherniakovsky, vp da Novo Nordisk, Claudio Anjos, presidente, e Adriana Ferrazoli, relações institucionais da Fundação Iochpe.
Legado para a sociedade, para o B20 e para o país
Em seu discurso de encerramento, Dan Ioschpe destacou que o B20 no Brasil deixa um legado baseado em três pilares:
Do B20 Brasil para futuras edições do B20: foco na transferência de experiência e conhecimento para manter o impacto e a governança, incluindo uma plataforma de monitoramento para acompanhar recomendações e iniciativas.
Do B20 para a sociedade: foco em iniciativas de ação, como “She Leads B20”, “Women in Trade”, “B20 Carbon Center of Excellence”, “B20 Collective Action Hub”, “B20 AI Platform” e “Reducing Food and Loss Waste,” demonstrando o compromisso do setor privado com mudanças sociais.
Do B20 para o Brasil: recomendações para o setor privado brasileiro, integrando princípios do B20 ao contexto e prioridades industriais do país, garantindo influência e impacto contínuos.
A criação do Conselho de Ação para Mulheres, Diversidade e Inclusão nos Negócios foi uma inovação do B20 Brasil, incluindo a pauta feminina junto a outras agendas de grupos sub-representados. Segundo o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o G20 no Rio de Janeiro abordará pela primeira vez a inclusão das mulheres no comércio internacional, acatando uma recomendação da força-tarefa.
Ao final do evento, Maria Tereza postou um vídeo em seu perfil do LinkeIn. Assista aqui.
Em 2025, o B20 vai acontecer na África do Sul, uma vez que a presidência do G20 será transferida do Brasil para o país africano.
