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Comunicar sustentabilidade é diferente de comunicar ESG?

Atualizado: 30 de jul.

A resposta é sim - e conhecer as nuances de cada termo é fundamental para que a comunicação seja transparente, honesta e eficiente




Sustentabilidade e ESG são iniciativas que se tornaram imperativas para as empresas, especialmente nos últimos anos com a emergência climática. Um erro comum, porém, é usar os dois termos como sinônimos. É preciso entender suas diferenças para que a comunicação seja assertiva.


Resumidamente, ESG é uma estrutura (framework) que usa fatores não financeiros capazes de influenciar o risco e o retorno da organização. Esses fatores são as três letrinhas que representam meio ambiente, social e governança. As métricas são usadas na tomada de decisão por parte de investidores com preocupações que vão além do lucro, bem como dos gestores envolvidos na operação.


Já a melhor definição de sustentabilidade foi dada em 1999 pelo guru britânico John Elkington, no livro “Canibais com garfo e faca”, quando escreveu que todas as empresas podem e devem ajudar a sociedade a atingir três objetivos interligados: prosperidade econômica, proteção ambiental e igualdade social. Elkington, considerado o pai da sustentabilidade, criou assim o conceito do “triple bottom line”. Em outras palavras, sustentabilidade é administrar uma empresa considerando suas necessidades atuais sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem as suas próprias necessidades.


A sustentabilidade ambiental visa reduzir ou eliminar os impactos negativos no meio ambiente, como a emissão de gases de efeito estufa, a poluição e o uso de recursos naturais. No lado social, deve promover, por exemplo, a diversidade, inclusão e equidade, os direitos humanos e a segurança dos empregados. O aspecto econômico, por sua vez, avalia a rentabilidade de longo prazo, a criação de valor e o uso responsável dos recursos.

Nesse processo de confusão dos dois termos, Leonie Jesse, diretora de sustentabilidade e finanças sustentáveis da KPMG, enumera dois equívocos bem comuns:

Equívoco 1: Achar que integrar fatores ESG na tomada de decisões torna uma organização automaticamente sustentável.
Equívoco 2: Achar que uma organização sustentável tem automaticamente um impacto positivo na sociedade.

Parece tudo a mesma coisa, mas as diferenças impactam na comunicação das empresas. É diferente fazer um plano de comunicação para ESG de um plano de comunicação para sustentabilidade. Veja o que muda:



ESG

Sustentabilidade

Quem é público principal

Investidores, reguladores e analistas

Clientes, funcionários, fornecedores e comunidade

Como é feita a divulgação

Empresas de capital aberto são instadas a divulgar informações ESG nos relatórios financeiros

Os relatórios de sustentabilidade  costumam ser voluntários, mesmo que usem ferramentas como a Global Reporting Initiative (GRI) ou o Sustainability Accounting Standards Board (SASB)

Métricas e indicadores

Trazem informações que interessam ao mercado financeiro, tais como emissões de gases com efeito de estufa, métricas de diversidade e inclusão ou perfil do conselho

Podem incluir outras métricas e indicadores, tais como os de impacto social, práticas ​​na cadeia de suprimentos e oengajamento dos funcionários.

Quais são as mensagens-chave

Informações relacionadas às práticas ambientais, sociais e de governação. São usadas para avaliar o desempenho geral de sustentabilidade de uma empresa, incluindo impacto ambiental, práticas trabalhistas, histórico de direitos humanos e estrutura de governança corporativa.


 Informações relacionadas às práticas e objetivos de desenvolvimento sustentável, como redução das emissões de carbono, a promoção das energias renováveis, a proteção da biodiversidade e a melhoria das condições sociais e econômicas das comunidades.


E não confunda sustentabilidade com impacto


Para aumentar a confusão, um outro termo aparece frequentemente misturado aos dois anteriores: impacto. “ESG, sustentabilidade e impacto são termos usados ​​indistintamente para descrever as “boas intenções” de empresas e instituições”, escreve Leonie Jesse, a diretora da KPMG, no artigo No, ESG is not the same as Sustainability (Não, ESG não é a mesma coisa que sustentabilidade) . “Uma organização que consegue reduzir as suas emissões de CO2 não é, por definição, sustentável.” E uma empresa sustentável não necessariamente está provocando impacto.


Por que nem sempre sustentabilidade é sinal de impacto positivo na sociedade? Para ter impacto positivo é preciso criar soluções para problemas sociais (globais) ou contribuir de alguma forma para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, especialmente no que diz respeito ao meio ambiente, à economia circular, à mobilidade e à saúde. Ou seja, reduzir as emissões de CO2 ou excluir fornecedores com práticas desumanas de trabalho são ações louváveis ​​para minimizar o impacto negativo da organização na sociedade. Para gerar impacto positivo, porém, é preciso criar soluções inovadoras e sustentáveis para desafios sociais e ambientais.





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